
19 de junho de 2010
Adoção com responsabilidade!

Um belo dia você vê aquela criaturinha na rua , imunda, cheia de pulgas e doentinha . Não resiste e leva para casa. Dá banho, remédios, comida, amor e carinho. O olhar triste dá lugar à rabinhos abanantes , pulinhos e lambidas. O cachorrinho finalmente está curado, prontinho para ganhar uma nova família. E mais do que isso, ele ganhou o seu amor. Depois de tanto cuidado, chega a hora de entregá-lo para outra pessoa , e bate aquela insegurança. Será que ele será bem cuidado até o final de sua vida?
Nunca teremos como garantir isso 100% , mas podemos aumentar as chances de uma adoção bem sucedida, se observarmos alguns detalhes . Segue um pequeno guia para ajudar na hora de escolher um adotante :
- Peça documentos como RG, endereço e telefone do adotante e inclua no termo de responsabilidade como esse ou esse aqui , onde o futuro adotante se compromete a cuidar do bichinho e em último caso , devolvê-lo a você .
A CONVERSA
Antes de realizar a adoção, você precisa conhecer o candidato . Uma boa conversa é o mínimo que deve ser feito para saber as intenções do interessado:
- Pergunte o motivo pelo qual ele quer o animal. Algumas pessoas querem um animal para companhia, amar e cuidar. Outras querem para alguma utilidade, como procriação, guarda, para dar de presente, ou mesmo por impulso. Descubra as reais razões do interesse pelo cão ou gato, e lembre-se : doe o animal já castrado.
- Veja se a pessoa está ciente do quanto custa manter um animalzinho. Mesmo que adotar seja de graça, um animal trará muitos custos com alimentação, vacinas, tratamento veterinário, banhos …
- Observe como a pessoa trata o animal na sua frente. Ela pega com cuidado? Tem nojo? Alguns comportamentos não-verbais podem indicar se a pessoa está sendo sincera com você.
- Pergunte sobre o histórico dos animais que a pessoa já teve, se for o caso. Já teve animal que morreu? Morreu de quê? Veja se ela tem o hábito de levar seus animais ao veterinário quando adoecem, muita gente simplesmente não leva e deixa o animal agonizar até morrer.
- Conheça os hábitos da família, e tente decobrir como será a rotina do animal. Uma família que fica fora de casa o dia todo não vai se adaptar com um animal muito ativo, por exemplo ( ele vai cavar buracos e roer coisas, e eles não irão gostar disso). O perfil da família tem que coincidir com o perfil do animal. A família pode ser ótima, mas se levar o animal com um perfil incompatível com o estilo de vida deles, a situação pode ficar difícil para ambos . Além disso, toda a família tem que estar de acordo e ciente da adoção. Nada de "minha mulher não gosta de cães, mas vou levar mesmo assim” . Isso nunca dá certo e quem paga é o animal !
- Pergunte sobre o local onde o animal vai ficar. Melhor ainda, visite o local e veja com seus próprios olhos , para ter certeza. Tem portões e muros? Tem abrigo do sol , chuva , vento e frio? O animal vai ficar preso? Se o local não for apropriado, oriente o candidato a fazer algumas adaptações, combine um prazo e retorne ao local para ver se as mudanças foram feitas. Se ele realmente estiver interessado e puder cuidar do animal , ele irá se adaptar. Caso contrário, nada feito!
- Não omita ( nem minta) ! Informações importantes sobre o animal devem ser compartilhadas. Late muito? Não late? Vai crescer muito? Vai ficar pequeno ? Muita gente ( infelizmente) devolve o animal por motivos mais banais ( como o fato de não latir, ou latir demais), então não deixe a pessoa levar o cão sem saber em quais aspectos ele deve ser educado , ou como é o comportamento dele. Cansei de ver protetor tentando ” empurrar” um animal para algum adotante , mascarando ou omitindo fatos importantes sobre o animal . Isso é péssimo e não vai dar certo - uma hora o adotante vai perceber que foi enganado , e adivinhe quem paga o preço? O cachorro, como sempre.
- Não se deixe levar pelas aparências. Tem muita gente rica que literalmente larga seus animais no quintal e nem sabem se estão vivos , assim como muitas pessoas humildes cuidam e amam seus animais. Em uma conversa você descobre a real intenção da adoção. O importante não é quanto a pessoa tem , mas o quanto ela está disposta a dar.
DEU TUDO CERTO ATÉ AQUI ?
Ótimo! Você tem um bom candidato à sua frente e resolveu que ele pode ser responsável por essa outra vidinha. Passe todas as orientações necessárias como: alimentação, medicamento, veterinário, vacinas, comportamento, passeios, educação … É sempre bom entregar alguns folhetos explicativos, deixe preparado antecipadamente. Deixe também seus telefone para contato, caso o adotante tenha alguma dúvida ou problema .
APÓS A ADOÇÃO
- Mantenha contato com o adotante para saber como andam as coisas. Se perceber que algo está estranho, provavelmente é porque tem algo errado. Visite o animal e veja o estado em que ele se encontra. Se a pessoa assinou o termo de responsabilidade, ela deverá permitir que você leve o animal de volta caso julgue necessário.
DICA QUE NUNCA FALHA: siga sua intuição. Mesmo depois de toda a conversa, se o seu coração fica apertado em pensar na doação para a pessoa X, NÃO DOE ! Raramente nossa intuição está errada, e você tem o direito de negar a adoção sem qualquer motivo aparente, afinal você é o responsável pela vidinha que está tentando salvar, e deve encaminhá-la como achar melhor, independende do que digam e do que falem ! Siga seu coração e dificilmente você se arrependerá !
Fonte do texto:
http://cachorrando.wordpress.com/